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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

As correntes filosóficas helenísticas

   A filosofia helenística, que veio após os três principais filósofos gregos (Sócrates, Platão e Aristóteles), continuou a investigar os problemas que eram discutidos anteriormente. Uma das questões era saber o que era a verdadeira felicidade e como atingi-la. Há quatro correntes filosóficas principais, sobre as quais falarei abaixo.

Os Cínicos
    Os cínicos afirmavam que a felicidade verdadeira deve ser atingida através da libertação de coisas efêmeras, como luxo, poder político e boa saúde. A felicidade não consiste nessas coisas externas e, por isso, pode ser atingida por todos. Uma vez que essa felicidade é atingida, ela não pode mais ser perdida.  
    Os cínicos achavam que as pessoas não precisavam ter preocupações com sofrimento ou morte. Elas também não precisavam se preocupar com o sofrimento alheio. Atualmente, quando empregamos a palavra cinismo, estamos relacionando-a a esse aspecto, de insensibilidade ao sentir e sofrer do outro.

Os Estoicos
    Assim como Heráclito, os estoicos afirmavam que todos eram parte de uma mesma razão ou "logos". Cada pessoa no mundo seria um "microcosmo", que era reflexo do "macrocosmo".
    Isso levou à ideia de um direito universalmente válido, o assim chamado direito natural. O direito natural está baseado no fato de o homem e o Universo fazerem parte de uma razão atemporal que é imutável. Nesse sentido, os estoicos se posicionam contra os sofistas, assim como Sócrates.

Os Epicureus
    Para os epicureus, o prazer era o bem supremo, e a dor, o mal supremo. Deste modo, o sofrimento e a dor devem ser evitados a todo custo para garantir a felicidade. O objetivo dos cínicos e dos estoicos é suportar todas as formas de dor, enquanto o objetivo dos epicureus é evitar todo tipo de dor.
    O principal representante desta corrente é Epicuro. Epicuro defende também que o resultado prazeroso de curto prazo deve ser ponderado em relação a um prazer mais duradouro, de longo prazo. Epicuro também defende que para viver uma boa vida, não devemos temer a morte.

O Neoplatonismo
     O Neoplatonismo tem sua inspiração em Platão, daí o nome dessa corrente filosófica. Existe uma boa analogia para entender esta teoria.
     Imagine uma fogueira, da qual saem centelhas em diversas direções. Próximo da fogueira, a noite é iluminada, e a alguns quilômetros de distância ainda é possível ver o brilho desta fogueira. Conforme a distância aumenta, em um determinado ponto, a luz do fogo não consegue ser vista.
     Agora imagine a realidade como sendo esta enorme fogueira. O que arde é Deus - e as trevas lá fora são a matéria fria, da qual são feitos homens e animais. Junto a Deus estão as ideias eternas, que são as formas primordiais de todas as criaturas. Sobretudo a alma humana é uma "centelha de fogo". Mas por toda a parte na natureza aparece um pouco desta luz divina. Podemos vê-la em todos os seres vivos.

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