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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Interstellar - um presente para quem ama ficção científica

   Estreou recentemente o filme Interstellar, com as participações ilustres de Anne Hathaway e Matthew McConaughey, e dirigido por Cristopher Nolan. Pois bem; me sinto na obrigação de dar as minhas impressões sobre o filme e dizer porque o recomendo fortemente.
    Li, na opinião de um dos críticos do Omelete, que Interstellar falhou na construção de um drama emocionalmente cativante, uma vez que Nolan se prendeu em construções muito usuais e em explicações em excesso sobre conceitos científicos abordados no filme.
   Discordo. Acredito que, se compararmos Interstellar com o bem-sucedido Gravidade, de Alfonso Cuarón, vemos uma certa diferença no quesito dramático: o filme de Cuarón tira o fôlego do espectador, prende a sua atenção a todo o momento; características não tão presentes no filme de Nolan. Mas Interstellar cativa justamente pelos silêncios, pelas pausas, que colocam quem está assistindo em um plano de constante reflexão. Interstellar faz o espectador criar um vínculo tão intenso com o protagonista, interpretado por McConaughey, quanto Gravidade com a sua protagonista interpretada brilhantemente por Sandra Bullock.
    Quanto aos conceitos científicos, não vi absolutamente nenhum problema em sua apresentação e explicação pelos personagens. Sempre gostei de ler, mesmo que apenas por curiosidade, a respeito de buracos de minhoca, relatividade, buracos negros e várias outros conceitos utilizados pelo filme. A parte científica do filme é inclusive apoiada pelo físico Kip Thorne, o que me deixou extremamente satisfeito. Para quem não estava habituado a esses conceitos, a maneira simples como os personagens os apresentam ajuda a eliminar uma possível barreira entre o público e a ciência do filme. A analogia usada por um dos personagens para explicar a ideia do buraco de minhoca, usando caneta e papel, por exemplo, é uma das mais interessantes entre as apresentadas.
    Além de inovar utilizando conceitos não tão usuais em filmes de ficção científica, o filme também "cria" parte de sua ciência, ao mostrar uma situação pós-entrada do protagonista em um buraco negro. Ninguém sabe o que pode ocorrer se uma pessoa cruzar o horizonte de eventos de um buraco negro, e Interstellar acertou por elaborar uma situação de cunho filósofico e bem peculiar nesse contexto.
     As imagens do filme, para finalizar, são estonteantes, e fazem o espectador ver o quanto o filme vale a pena. Se você gosta de ciência, mesmo não sendo um cientista, e é curioso sobre conceitos como buracos de minhoca e a Teoria da Relatividade de Einstein, irá se deliciar com Interstellar.
     
 

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